Michel Foucault, dixit:

Em primeiro lugar, existem as utopias. As utopias são sítios sem lugar real. São sítios que têm uma relação analógica directa ou invertida com o espaço real da sociedade.
Apresentam a sociedade numa forma aperfeiçoada, ou totalmente virada ao contrário.
Seja como for, as utopias são espaços fundamentalmente irreais.

sábado, 8 de maio de 2010

17 Junho - Vitalidade e Criatividade Urbana


Vitalidade e Criatividade Urbana
17 Junho, Quinta, 21h30
Teatro-Cine de Torres Vedras
Convidado: João Seixas, economista e geógrafo urbano (ICS).

"A perspectiva da cidade cultural entende que tão ou mais importante que a cidade física e social, será a cidade intangível. A cidade ficcional e imaginada, a cidade dos sonhos e dos afectos. Uma cidade invisível, mas que é a grande estruturadora da construção das histórias, pela singularidade das experiências - e experimentações  - de cada agente criativo. Neste sentido, são vitais os âmbitos orgânicos, no desenvolvimento das mais variadas dinâmicas e projectos, muito nomeadamente de âmbito social e cultural, e essencialmente de génese à escala mais local (...) Nesse sentido, mostram ser necessários: em primeiro lugar, projectos e processos catalisadores  de governança, de cooperação e de inovação colectiva; e em segundo lugar a instalação ou enaltecimento de 'meios' onde os actores criativos possam ganhar 'inspiração' e 'motivação' para a sua acção. A indução de criatividade no governo e administração da cidade, implica não só uma perspectiva de longo prazo, como uma perspectiva de transformação da própria política da cidade."
(in Pedro Costa, João Seixas e Ana Roldão Oliveira, das Cidades Criativas à Criatividade Urbana? Espaço, Criatividade e Governança na Cidade Contemporânea. Projecto "Creatcity" http://creatcity.dinamia.iscte.pt/ )

João Seixas, economista e geógrafo urbano. Investigador no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Doutorado pela Universidade Autónoma de Barcelona em Geografia Urbana e pelo ISCTE em Sociologia do Território. Meste em Urban and Regional Planning pela London School of Economics. Professor e consultor em ciências urbanas, em Lisboa e em Barcelona.

Vamos compactar cidades, andar de bicicleta e dar vida à periferia...

http://jornal.publico.pt/noticia/13-06-2010/vamos-compactar-cidades-andar-de-bicicleta-e-dar-vida-a-periferia-19581042.htm 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Arte, Ciência e Tecnologia

Entrada Livre

É evidente que precisamos de uma nova Cultura do Conhecimento aberta ao saber e capaz de contribuir através da imaginação e da criatividade para a própria evolução e efectiva racionalidade humanista da Ciência. É por isso que há quem fale não de duas mas de três culturas. A das Humanidades, a da Ciência, e agora a da recombinação entre as duas.

Nestes últimos anos tem-se desenvolvido um novo tipo de arte que basicamente assenta no conhecimento científico e no uso de tecnologias avançadas. Dar o salto da inteligência artificial para a criatividade artificial foi o objectivo de Leonel Moura com a criação de um robô capaz de escrever e pintar. Um tal empreendimento levanta muitas questões. Pode considerar-se arte uma tela pintada por um robô? Que novo tipo de relação se estabelece entre homem e máquina quando esta para além de inteligente se torna criativa? Estamos a contribuir para uma superação e possível aniquilação do humano?

"Há uma tendência muito marcante que tem a ver com a questão da vida. A arte sempre ilustrou vida e agora não está a ilustrar mas a criá-la. Ou vida biológica, quando se usa biotecnologia, ou vida artificial, no caso da robótica por exemplo", afirma Leonel Moura.

+ info:





Alguns artistas que trabalham no campo da bioarte ou com biotecnociência:

- Critical Art Ensemble
- Eduardo Kac
- Marta de Menezes
- Stelarc
- Beatriz da Costa

 Próxima data de Noites Utópicas:
17 Junho » Vitalidade e Criatividade Urbana

quinta-feira, 8 de abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PROJECTOS DE INTERVENÇÃO ARTÍSTICA

8 de Abril - Quinta - 21h30 - Entrada Livre
Teatro Cine de Torres Vedras

Convidadas:
> Gisella Mendoza (Directora Artística do Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa) 
> Ana Mathiotte (Directora Artística do projecto Ritmical da Rua)

Esta Noite Utópica pretende trazer a debate dois projectos distintos e semelhantes ao mesmo tempo, pois ambos visam construir processos artísticos com a participação de pessoas  que de algum modo se encontram em situações de fragilidade social, numa lógica de intervenção que suscita a dinamização de recursos sociais, culturais e artísticos.


O Grupo de Teatro do Oprimido de Lisboa (GTO) é uma associação sem fins lucrativos empenhada em estimular a participação activa e consciente dos cidadãos na construção da sociedade. O GTO desenvolve as suas actividades a dois níveis: ao nível comunitário, o GTO trabalha como multiplicador da metodologia do Teatro do Oprimido, formando e acompanhando grupos de Teatro Fórum em bairros problemáticos de Lisboa e Amadora. (http://gto-lx.blogspot.com/). 
Gisella Mendoza iniciou o seu trabalho com a metodologia do Teatro do Oprimido em 1996 na Alemanha. Investigou e trabalhou esta metodologia Cuba, no Brasil, Países Baixos, Moçambique, Espanha e Portugal. Funda o GTO LX em 2003, sendo actualmente a Directora Artística do Grupo.

Há cerca de ano e meio atrás o grupo de jovens que integra o Ritmical da Rua recebeu a visita do músico Ian Carlo Mendoza, que desde então tem ocupado o lugar de “maestro residente".  
Ana Mathiotte é a mentora e directora artística deste projecto de intervenção artística pela música que, com recurso a instrumentos de percussão originais e com o indispensável recurso vocal nas rimas e beatbox, pretende criar um espectáculo musical “da rua” alimentado pelas sonoridades vividas e elaboradas pelos jovens urbanos nos seus múltiplos territórios: as ruas obscuras, a noite, os becos, os túneis, etc. (http://ritmicaldarua.blogspot.com/)



domingo, 14 de março de 2010

NOITES UTÓPICAS 4 - ARTES E DEFICIÊNCIAS

18 de Março - Quinta - 21h30 - entrada livre
Teatro-Cine de Torres Vedras


Os convidados desta noite são a Associação para a Educação de Crianças Inadaptadas de Torres Vedras (APECI), o Grupo de Teatro Crinabel e o realizador Pedro Sena Nunes, consultor artístico da Associação Vo’arte.

O direito à participação na vida cultural e o direito à criação artística são direitos consagrados universalmente, contudo a sua existência de facto (e não apenas normativa) requer que as instituições públicas de cultura sejam pro-activas na dinamização de programas e projectos onde a presença de pessoas portadoras de deficiência seja uma realidade quotidiana, quer do ponto de vista da fruição das artes, quer do ponto de vista da criação. Existe hoje em Portugal alguma expressão desta preocupação, mas será apenas moda passageira ou uma verdadeira acção estruturante?

Esta e outras perguntas servem de mote a esta tertúlia animada pela visualização de “Ícaro” um dos mais recentes filmes de Pedro Sena-Nunes, que retrata o processo criativo que alguns elementos e utentes, com necessidades especiais, da Associação do Porto de Paralisia Cerebral (APPC) desenvolveram com a coreógrafa Ana Rita Barata durante 3 meses de trabalho, cruzando 3 linguagens – dança, teatro musical e vídeo – na construção de um espectáculo (Corpo Todo) que estreou na Casa da Música





De forma complementar a esta sessão do ciclo Noites Utópicas, será apresentada no dia 19 de Março a peça “As perguntas de um mendigo que lê”, a partir de Bertolt Brecht, pelo Grupo Crinabel Teatro, um colectivo com 23 anos de existência, criado no seio da Crinabel e que tem vindo ao longo do seu percurso a desenvolver um trabalho artístico com jovens portadores de deficiência mental, procurando potenciar as suas capacidades artísticas, pessoais e sociais.




A APECI é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, sediada em Torres Vedras, foi fundada em 1979 por um grupo de pais, dispondo de várias Áreas/Valências de atendimento para dar resposta às necessidades e promover a qualidade de vida da pessoa com deficiência mental. Esta instituição dará igualmente nota da sua experiência e projectos no âmbito das expressões artísticas.


Festa de Solidariedade da APECI 2009

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Noites Utópicas 3 | Tribos Urbanas - Subculturas - Activismos - ....

4 de Março (quinta) 
Teatro-Cine de Torres Vedras | 21h30 | Entrada Livre


Nenhuma subcultura tratou com maior afinco a separação face à paisagem supostamente inquestionável das formas normalizadas do que a dos Punks, ninguém como eles procurou atrair sobre si a desaprovação mais veemente.
Dick Hebdige

Creative action can express ityself in myriad forms and emerge from any source, but its impact depends on the imagination of public, private and community leadership. Creative people within the city also need to recognize each others' existence to work common agendas, develop synergies and provide mutual support.
Charles Landry 

Ideologia e hegemonia são dois conceitos próximos da palavra cultura, mas na década de 60 este  poderoso triângulo foi abalado por diversos movimentos que deram origem a diversas “subculturas”. O movimento Punk foi um dos que produziu uma estética baseada em significações e objectos fortemente reconhecíveis. 
E hoje, como estamos de energias culturais alternativas ?

Na Noite Utópica de dia 4 de Março pretende-se convocar uma reunião de pessoas que vivam em Torres Vedras, e que de alguma forma estejam ligadas a práticas artísticas, sociais ou culturais comprometidas com uma convivência urbana mais rica, plural e criativa.  

Numa época de intensas crises a vários níveis e escalas é preciso encontrar novas geometrias variáveis que permitam interligar identidades culturais diversas, renovar o capital social através de conexões improváveis, trazer outras vozes e outras ideias para o centro da sociedade e da cultura.

Pior do que não reconhecer os problemas é viver uma ilusão colectiva de auto-satisfação, de que está tudo bem e que este é o melhor mundo possível. 

A tendência paternalista da administração e dos poderes públicos no âmbito das políticas culturais também não nos ajuda muito.Os poderes locais em vez de promoverem e aprofundarem soluções estruturantes em parceria com a sociedade civil, andam a maior parte das vezes ocupados em programar e produzir actividades recreativas para que os "súbditos" se divirtam um pouco mais. Gastando-se o escasso erário público  ao invés de se investir na sustentabilidade a longo prazo. 

Aliás, andar demasiadamente divertido ou anestesiado a vaguear por cima de ruínas e no meio de um caos decadente é uma ideia pouco saudável, a não ser para sonâmbulos profissionais...e insistir em fórmulas e processos miméticos não nos leva a lado nenhum, há que encontrar soluções adequadas a cada território, com criatividade, transparência, rigor e democracia participativa e inclusiva.

Por tudo isto, esta deveria chamar-se uma "Noite Atópica", porque  "La ATOPÍA es el sentimiento de malestar del individuo frente a la ciudad del presente la cual no representa, en ningún caso, el paraíso soñado o prometido que nos ofrece la utopía...de este malestar, de la incomodidad entre la ciudad que sí existe y el individuo. De la tensión entre una ciudad que se individualiza –se convierte en un ente con vida propia, más allá de naciones, países, estados- y de un individuo que se masifica.", diz Josep Ramoneda CCCB (Barcelona) acerca da próxima exposição. http://www.cccb.org/es/exposicio-atopia-33509 


Pensar a cidade é pensar a cultura e vice-versa, e para que tal  aconteça é preciso formularmos perguntas, identificar problemas... por isso, avançamos desde já com algumas questões:


- Como manter/aumentar/incentivar a diversidade  no "ecossistema" cultural de Torres Vedras ?
- Que inter-relações são necessárias estabelecer : com instituições, associações, grupos, etc.. ?
- Como aproveitar a criatividade artística, cívica e cultural para promover o desenvolvimento territorial ?
- Como inverter a sensação de mal-estar generalizado e o desanimo da vivência urbana ?
- O que deviam fazer as entidades públicas e privadas para promover a reflexão e abrir novos horizontes ?
- Enfim, que soluções, que estratégias, que políticas, que acções sustentáveis e estruturantes?

Estas são algumas das perguntas possíveis para debater na próxima Noite Utópica de dia 4 de Março.
Convidamos-vos desde já a trazerem mais perguntas, mais respostas ou outras inquietações...
De qualquer modo, sejam Bem-Vindos à Noite Utópica !!!
+info: Rui Matoso | rui.matoso@gmail.com | 967863646

Edgar Morin, fragmentos de um artigo publicado no Le Monde 9-01-2010:

Quando um sistema é incapaz de tratar os seus problemas vitais, degrada-se ou desintegra-se ou então é capaz de suscitar um meta-sistema capaz de lidar com seus problemas:metamorfoseia-se. O sistema Terra é incapaz de se organizar para resolver os seus problemas críticos: perigos nucleares que se agravam com a expansão e, talvez, a privatização das armas atómicas; degradação da biosfera; economia mundial sem verdadeira regulação; retorno da fome; conflitos étnico-político-religiosos que tendem a desenvolver-se em guerras de civilização.
Com efeito, tudo começou, mas sem que se soubesse. Estamos no estágio de começos, modestos, invisíveis, marginais, dispersos. Porque já existe, em todos os continentes, uma efervescência criativa, uma multiplicidade de iniciativas locais, em conformidade com a revitalização económica, ou social, ou política, ou cognitiva, ou educacional ou ética, ou da reforma da vida.
Estas iniciativas estão isoladas, nenhuma administração as leva em conta, nenhum partido toma conhecimento delas. Mas elas são o viveiro do futuro. Trata-se de reconhecê-las, inventariá-las, cotejá-las, catalogá-las, combiná-los e de conjugá-las em uma pluralidade de caminhos reformadores. São estes caminhos múltiplos que podem, através de um desenvolvimento conjunto, se combinar para formar o novo caminho que nos levaria em direcção à metamorfose ainda invisível e inconcebível. Para desenvolver formas que vão desembocar no Caminho, é preciso identificar alternativas limitadas, que limitam o mundo do conhecimento e do pensamento hegemónicos. Assim, é preciso ao mesmo tempo globalizar e des-mundializar, crescer e diminuir, desenvolver e envolver.
A orientação mundialização/des-mundialização significa que, se é preciso multiplicar os processos de comunicação e de planetarização culturais, é preciso que se constitua uma consciência da Terra-Pátria, mas também é preciso promover, de maneira des-mundializante, a alimentação de proximidade, os artesanatos locais, as lojas locais, a jardinagem suburbana, as comunidades locais e regionais.
A orientação “crescimento/decrescimento” significa que precisamos aumentar os serviços, as energias verdes, os transportes públicos, a economia plural capaz de incluir a economia social e solidária, o desenvolvimento da humanização das megacidades, a pecuária orgânica, mas diminuir as intoxicações consumistas, a alimentação industrializada, a produção de objetos descartáveis e não consertáveis, o tráfego de automóvel, o tráfego de caminhões (em benefício do transporte ferroviário).
A orientação desenvolvimento/envolvimento significa que o objectivo não é mais fundamentalmente o desenvolvimento de bens materiais, da eficiência, da rentabilidade, do cálculo; é também o retorno de cada um às necessidades interiores, o grande retorno à vida interior e ao primado da compreensão do outro, do amor e da amizade.
Já não basta mais apenas denunciar. Precisamos propor. Não basta apelar à urgência. É preciso saber também começar a definir os caminhos que levarão ao Caminho. É para isso que estamos tentando contribuir. 
Texto completo AQUI
 

sábado, 30 de janeiro de 2010

Noites Utópicas 2 | Transfigurações do Género




4 de Fevereiro 
Quinta-Feira, 21h30 | Teatro-Cine de Torres Vedras | Entrada Livre
 
Com
  • Raquel Freire (Realizadora, Rasganço, Veneno Cura, ...)
  • Hugo Dinis (Curador, Exposição Antena Serralves: Desedificar o Homem,...)
  • Matrafona (João Rodrigues, Associação Ministros & Matrafonas, Carnaval de Torres Vedras)



Perante a iminência contagiante do Carnaval “mais Português de Portugal” em Torres Vedras e da sua peculiar tradição das “Matrafonas”, as Noites Utópicas prosseguem no Teatro-Cine a 4 de Fevereiro, Quinta-Feira, pelas 21h30, desta vez com a presença da realizadora e activista LGBT Raquel Freire (Rasganço, Veneno Cura) e do curador Hugo Dinis (exposição Desedificar o Homem, Serralves). Os convidados tem por missão fornecer a substância ígnea fundamental para uma tertúlia controversa em torno das identidades e das subjectividades culturais relacionadas com o género e a orientação sexual, a qual só ficará mesmo completa com o discurso directo de uma vernacular “Matrafona” (da Associação Ministros & Matrafonas, Carnaval de Torres Vedras). 


As “questões de género” estão hoje na ribalta. Desde a nova legislação que permite o casamento homossexual até aos mais recentes estudos sobre poesia portuguesa feminista, a contestação de um paradigma “patriarcal” ancorado no poder de uma masculinidade hegemónica parece indicar que vivemos uma época de transição histórica. Será que entrámos numa era mais atenta aos direitos culturais de pessoas portadoras de outras mundividências e imaginários? Novos tempos em que assumidamente admitimos a fluidez identitária, reconhecendo que não somos o que somos mas o que fazemos de nós?


Quando em Outubro de 2008 Raquel Freire encenou o seu casamento homossexual frente ao Parlamento, referiu ao JN que essa «foi uma acção política contra a homofobia. Espero que seja finalmente legitimada. Daqui a uns anos, isso vai ser tão ridículo como discriminar raças diferentes. O racismo hoje é crime. Se um homem vai na rua e é apedrejado porque gosta de homens e não de mulheres, se perde o emprego por causa disso, isto é fundamental, é para a vida dele, é para a sobrevivência.».


Face a este contexto global e na actual temporalidade Carnavalesca de Torres Vedras, qual o sentido transfigurador das “matrafonas” e o seu valor simbólico? Serão apenas um fenómeno que visa o constante reforço da dominação masculina como exercício do poder e do consenso homofóbico? A resposta afirmativa a esta pergunta podemos encontrá-la na peça da artista Carla Cruz intitulada Homofóbico/Homoludens, integrada na exposição “Desedificar o Homem. Aproximações de arte contemporânea para uma possível discussão sobre a questão do género masculino” (com curadoria de Hugo Dinis, colecção do Museu de Serralves).


Esta discussão é igualmente importante numa outra dimensão globalizante, a das “Cidades Criativas” e das suas condições estruturantes ao nível da gestão das diversidades culturais. Neste aspecto, importa reconhecer se uma cidade média como Torres Vedras tem o grau suficiente de “Tolerância”, tendo em conta os condimentos delineados por Richard Florida (3 T's: tecnologia, talento e tolerância). Tolerância, significa aqui uma “abertura” social a estilos de vida não-hegemónicos, e o cruzamento criativo entre as diversas sensibilidades e racionalidades, designadamente a existência pública de uma boémia criativa, de minorias étnicas, ou de minorias LGBT...


Estas são algumas das questões que irão animar a tertúlia da Noite Utópica dedicada às Transfigurações do Género, precedidas pela visualização de recentes filmagens da cineasta Raquel Freire.


O Ciclo Noites Utópicas começou no dia 21 de Janeiro com o tema «Espaços Autónomos de Produção e Programação Cultural» e pretende ser uma clareira de encontro e de debate aceso, sem receio de polémicas e visando a construção do consenso possível, aberto à multiplicidade de identidades, subjectividades ou mundividências culturais e artísticas. 

Seguidores